O ex-governador Raimundo Colombo palestrou na última sessão da Loja Histórica Cordialidade, em Florianópolis, onde criticou a decisão do Senado de adiar para o próximo dia 22, uma semana depois do prazo previsto, a votação do segundo turno da reforma da Previdência desde que haja a garantia do governo de que os recursos do pré-sal serão divididos entre estados e municípios.
Colombo afirmou que essa demora é um sinal ruim para a sociedade. “Nós tínhamos que ter aproveitado essa lua de mel de dez meses do novo governo e fazer um pacote de mudanças estruturais, profundas. A gente queimou esse capital e estamos fazendo uma coisa parcial”, lamentou. “Se você não incluir estados e municípios a reforma não vai dar certo. No caso de Santa Catarina, isso já foi feito com a reforma da Previdência, formulada com a participação de todos os Poderes e aprovada pelo governo na Assembleia Legislativa, em 2015, por isso estamos quatro anos na frente dos outros estados”.
Colombo defendeu também uma ampla reforma Política. “O modelo politico morreu, apodreceu, nós não temos chance. Somos vítimas de uma coisa malfeita. Com a proliferação de partidos é impossível dar certo”, advertiu. “A gente já deu um passo gigantesco com a proibição das coligações nas eleições proporcionais e a cláusula de barreira. Agora, é preciso implantar o voto distrital, porque exige dos candidatos uma relação mais próxima com os eleitores”.
O ex-governador disse que o Brasil poderia seguir o exemplo da Itália que reduziu em um terço o número de representantes no Senado e na Câmara, se reconectando com a sociedade. Logo após encerrar a palestra, o Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina, Rubens Franz, entregou um certificado ao ex-governador.